Conheça o "vira casaca" que virou aposta de Felipão

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Felipão orienta Luís Felipe: possível aposta para o clássico
Foto: Gazeta Press

DASSLER MARQUES

Felipão recheou de mistério os dias que antecederam o clássico deste domingo contra o Corinthians. Com problemas nas laterais, cogitou até utilizar Márcio Araújo, que inicialmente estava suspenso, mas pode ser liberado graças a um erro da arbitragem. Se a espécie de artimanha do treinador não se concretizar, é bem provável que os palmeirenses conheçam uma novidade.

Se trata do jovem Luís Felipe, 19 anos, xará do treinador que lhe promoveu aos profissionais graças aos problemas da lateral direita nesta semana. Destaque da última Copa São Paulo deste ano com o Palmeiras, Luís tem um histórico curioso nas categorias de base, quando atuou no próprio Corinthians. E não foi só: no São Paulo e também no Santos.

"Brincam comigo e dizem que sou gato", conta Luís Felipe, que começou a jogar em ainda outro clube de São Paulo. Foi no Nacional da Barra Funda, aos 15 anos, que tudo começou para ele. Com um longo histórico de base, Luís é retrato do que a Lei Pelé proporcionou para os jovens jogadores, que trocam de clube como quem troca de roupa graças às relações de seus agentes.

No Palmeiras, porém, Felipão não parece preocupado em colocá-lo no contra o maior rival. "Sei de muitos jogadores que iniciaram sua carreira profissional em clássicos. Quem sabe pode ser a oportunidade para o Luís Felipe", disse na sexta-feira. Como os treinos foram fechados, a escalação de Scolari virou mistério.

Como Luís Felipe jogou nos quatro grandes até os 18 anos

Luís era apenas um adolescente quando, aos 15 anos, começou a jogar no Nacional. Queria, como todo jovem que sonha com o futebol, alcançar um clube grande. Sem contrato, foi até o São Paulo e precisou de poucos minutos para ser aprovado.

Depois de um tempo, porém, dirigentes são-paulinos descobriram que Luís Felipe havia fugido do Nacional. Como os clubes eram parceiros, ele foi devolvido. Descontente, foi jogar no Santos, por onde permaneceu durante oito meses. "O Lino, treinador da base, me dispensou", recorda o lateral acolhido por Felipão nos profissionais.

Uma passagem pelo Corinthians, em 2007, também precedeu a chegada de Luís Felipe ao Palmeiras. O clube vivia dias turbulentos e Wando, coordenador da base que chegou até a assediar sexualmente a alguns jogadores, estava de saída. Durante quatro meses, ele treinou e não jogou. "Não resolviam se eu ia ser aproveitado", diz com certo incômodo.

Em abril de 2007, porém, Luís Felipe chegou ao Palmeiras para ficar. Fez parte de uma geração de grande destaque da hoje renovada categoria de base palmeirense. Foi campeão paulista Sub-20, semifinalista da Copa São Paulo, quando fortaleceu badalada parceria com Gabriel Silva, e ainda conquistou o acesso na Série A-3 do Estadual com o Palmeiras B neste ano. Passou ainda por seleções de base.

Neste domingo, após tantas idas e vindas, Luís pode ter Ronaldo e companhia pela frente. O palmeirense, porém, que não pense ser totalmente dono do jogador. Parceiro do clube, o Grupo Sonda já detém 25% de seus direitos econômicos.