O site da Fifa publicou nesta terça-feira uma longa entrevista com o treinador Luis Felipe Scolari. No texto, o técnico fala de suas experiências – positivas e negativas – no futebol e do seu retorno ao Brasil para comandar o Palmeiras em junho deste ano. Na conversa, o técnico diz o que ainda falta ao time clube alviverde, além de relembrar sua má experiência no Chelsea e as conquistas como treinador das seleções de Brasil e Portugal.
O QUE AINDA FALTA AO TIME
No Palmeiras nós não temos um ponta veloz. Por isso, temos que trabalhar muito a bola.
Felipão, sobre as peças que ainda faltam ao PalmeirasPalmeiras
Quando vim para cá, já antecipei minha ideia inicial, que era assumir uma equipe só em janeiro. Então vieram as propostas do Internacional de Porto Alegre, do Flamengo e então a do Palmeiras, que passava por dificuldades. Nos primeiros oito ou dez jogos fiz acomodações e tentei impor minha forma de trabalhar. Acho que a equipe melhorou mesmo foi no último mês e meio. Agora ela está 50% mais organizada.
Quando vim para cá, já antecipei minha ideia inicial, que era assumir uma equipe só em janeiro. Então vieram as propostas do Internacional de Porto Alegre, do Flamengo e então a do Palmeiras, que passava por dificuldades. Nos primeiros oito ou dez jogos fiz acomodações e tentei impor minha forma de trabalhar. Acho que a equipe melhorou mesmo foi no último mês e meio. Agora ela está 50% mais organizada.
O que falta à equipe
No Palmeiras nós não temos um ponta veloz. Por isso, temos que trabalhar muito a bola. Essa é uma das coisas que me falta hoje: um atleta para jogar nos flancos, com a velocidade para desafogar a jogada e ainda ter a possibilidade de criar algo. Hoje, as equipes voltam quase sempre com oito ou nove atrás da linha da bola. Então, trabalhando a bola, só na base da qualidade técnica, é sempre difícil criar chances.
No Palmeiras nós não temos um ponta veloz. Por isso, temos que trabalhar muito a bola. Essa é uma das coisas que me falta hoje: um atleta para jogar nos flancos, com a velocidade para desafogar a jogada e ainda ter a possibilidade de criar algo. Hoje, as equipes voltam quase sempre com oito ou nove atrás da linha da bola. Então, trabalhando a bola, só na base da qualidade técnica, é sempre difícil criar chances.
PROBLEMAS NA INGLATERRA
O ambiente não era de domínio total meu, porque eu sofria alguma resistência, principalmente de dois ou três jogadores que tentaram se impor de uma forma que não era
Felipão, sobre os problemas que teve no ChelseaChelsea
O ambiente não era de domínio total meu, porque eu sofria alguma resistência, principalmente de dois ou três jogadores que tentaram se impor de uma forma que não era correta. Os clubes europeus, quando contratam técnico sul-americano, têm dúvidas sobre como eles trabalham.
O ambiente não era de domínio total meu, porque eu sofria alguma resistência, principalmente de dois ou três jogadores que tentaram se impor de uma forma que não era correta. Os clubes europeus, quando contratam técnico sul-americano, têm dúvidas sobre como eles trabalham.
Na América do Sul, nós trabalhamos muito com fundamentos. Isso também ajudou a que eu não permanecesse. Mas eu continuei com meu trabalho e sei que alguns jogadores, com isso, evoluíram. O Ashley Cole não usava o pé direito e depois fez até gol assim. O Kalou, que era um jogador só de velocidade e tinha dificuldade para o drible, aprendeu a driblar estaca. Isso serviu para depois começar a driblar os adversários, coisa que hoje ele faz. O próprio Drogba, que tinha uma lesão grave no joelho, hoje está curado graças ao meu trabalho.
Idioma
Você tem que procurar palavras, interrompe seu pensamento e muitas vezes não sai a coisa certa. Agora, se é em português, eu digo aquilo que tenho que dizer, ainda aumento um pouco mais e pronto.
Você tem que procurar palavras, interrompe seu pensamento e muitas vezes não sai a coisa certa. Agora, se é em português, eu digo aquilo que tenho que dizer, ainda aumento um pouco mais e pronto.
RONALDO NA COPA DE 2002
Na estreia com a Turquia, o jogo estava 1 a 1 e eu tirei [o Ronaldo] para colocar o Luizão porque havia um plano e era preciso seguir.
Felipão, sobre a recuperação física do atacanteRecuperação de Ronaldo na Copa de 2002
Nós assumimos uma posição com o Ronaldo. Ele foi liberado pelo Héctor Cúper, técnico da Internazionale, para trabalhar conosco um mês antes. O Cúper me disse: “Felipe, pode levar o Ronaldo agora. Ele vai entrar em condições e vai te dar o titulo mundial, porque ele é bom demais.” Mas havia um plano que determinava um limite de minutos para ele jogar em cada momento da Copa. Na estreia com a Turquia, o jogo estava 1 a 1 e chegou esse limite. Eu o tirei para colocar o Luizão, porque havia um plano e era preciso seguir.
Nós assumimos uma posição com o Ronaldo. Ele foi liberado pelo Héctor Cúper, técnico da Internazionale, para trabalhar conosco um mês antes. O Cúper me disse: “Felipe, pode levar o Ronaldo agora. Ele vai entrar em condições e vai te dar o titulo mundial, porque ele é bom demais.” Mas havia um plano que determinava um limite de minutos para ele jogar em cada momento da Copa. Na estreia com a Turquia, o jogo estava 1 a 1 e chegou esse limite. Eu o tirei para colocar o Luizão, porque havia um plano e era preciso seguir.
Copa de 2014
Meu contrato com o Palmeiras vai até 2012. Depois disso, acho que ainda posso trabalhar com uma seleção nas eliminatórias e, então, ir para a Copa de 2014. Independente de trabalhar em mais uma Copa, em 2014 vou ter 65 anos e vou encerrar minha carreira dentro de campo. Vou estar envolvido com futebol – talvez como supervisor, gerente geral - mas não quero estar no dia a dia, de uma forma tão envolvente como hoje.
Meu contrato com o Palmeiras vai até 2012. Depois disso, acho que ainda posso trabalhar com uma seleção nas eliminatórias e, então, ir para a Copa de 2014. Independente de trabalhar em mais uma Copa, em 2014 vou ter 65 anos e vou encerrar minha carreira dentro de campo. Vou estar envolvido com futebol – talvez como supervisor, gerente geral - mas não quero estar no dia a dia, de uma forma tão envolvente como hoje.
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