Depois de ouvir os dois lados, passei a acreditar mais na chance deser formada uma chapa única da situação do Palmeiras. Tanto Salvador Hugo Palaia quanto Paulo Nobre sabem que a divisão torna praticamente uma barbada a vitória do opositor Arnaldo Tirone. Por isso, no encontro que tiveram na segunda, definiram que um vai respeitar e legitimar a candidatura do outro, deixando aberta até o último momento a possibilidade de apoio ao concorrente.
A maneira como a temperatura foi descendo durante o encontro na casa do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo é um indício de que o acordo não é impossível. Nobre chegou se apresentando ao concorrente, apesar de serem velhos conhecidos. Em entrevista publicada no mesmo dia pelo O Estado de S. Paulo, Palaia perguntou “quem é Paulo Nobre?”.
Por sua vez, Palaia chegou dizendo que não aceitaria retirar sua candidatura. Nobre devolveu na mesma moeda. Belluzzo sugeriu uma prévia. Os dois candidatos descartaram. Alegaram que seria impossível garantir todos os votos de seu grupo para o outro sob o efeito das feridas de uma derrota numa prévia.
No final, Palaia deu um beijo no rosto de Nobre. Os dois saíram de cabeça erguida. Seria constrangedor retirar a candidatura numa intervenção presidencial. E Nobre ainda teve a garantia de que não será mais tratado com desdém pelo concorrente. Agora, quem for mais convincente em relação ao provável número de votos tem uma boa possibilidade de seguir como candidato único da situação. Mas só na reta final, reduzindo o risco de descontentes se unirem à oposição.
por Perrone às 18:41
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