‘O resultado foi positivo’, garante Cipullo sobre as finanças do Verdão

Antigo homem forte do futebol, dirigente se defende e afirma ter saído com superávit no setor

Cipullo comandou o futebol do Verdão de 2007 até setembro deste ano (foto: Ari Ferreira)

Lancenet
Publicada em 12/12/2010 às10:12
em São Paulo

Com indignação e outra visão sobre as finanças do clube. Foi dessa maneira que a antiga diretoria de futebol do Verdão se defendeu sobre a acusação de atuais diretores sobre o aumento de gastos. O vice-presidente Gilberto Cipullo, antigo homem forte do futebol, admitiu ter gastado mais dinheiro. Mas segundo ele, as receitas também aumentaram.

– De janeiro de 2007 até setembro, quando saímos da diretoria, tivemos um resultado positivo. Se pegarmos a receita do Palmeiras em 2006 com a despesa e comparar com os números de hoje, dá para ver que existe uma proporção. Em 2006, era gasto percentualmente a mesma coisa – avaliou o dirigente palmeirense ao LANCENET!.

– Nesse período, todos os clubes aumentaram as despesas e as receitas. O mercado está mudando, os jogadores recebem mais por virem da Europa, os clubes estão gastando mais. Então, gastamos dentro do que poderíamos – completou.

Após diversas críticas do Conselho Gestor, Cipullo e os antigos diretores – Savério Orlandi e Genaro Marino – enviaram uma carta ao Conselho Deliberativo em novembro justificando os gastos e os resultados do futebol nos últimos anos.

Segundo eles, no tempo em que estiveram na diretoria, de 2007 até setembro deste ano, o o clube lucrou R$ 4,6 milhões no futebol. Além disso, a folha de pagamento mensal estaria em R$ 4,5 milhões com a previsão de uma receita de R$ 110 milhões na temporada.

Mais uma vez, a briga política esquenta o clima no Palestra Itália.

Méritos em possíveis reforços para 2011

Longe do comando do futebol desde o fim de setembro, o vice Gilberto Cipullo e os antigos diretores de futebol podem receber o crédito por alguns possíveis reforços para o próximo ano. Isso porque, as conversas iniciais com o atacante Maikon Leite e o volante Chico foram feitas pela ex-diretoria de futebol palmeirense.

A contratação do último está mais perto de ser concretizada. Os atuais diretores estão animados com as conversas e já admitiram que é o negócio mais perto de ser concretizado. O jogador tem contrato com o Atlético-PR até 1 de agosto de 2011.

Já Maikon Leite está mais complicado. Ele tem contrato com o Santos até o meio do ano. Mas o Verdão quer tê-lo já no início da temporada.

Confira um bate-bola com Gilberto Cipullo (vice-presidente e antigo comandante do futebol):

LANCENET!: A antiga diretoria aumentou os gastos com comissão nas negociações. Qual o motivo disso?
Gilberto Cipullo: Isso é normal. É uma praxe você pagar um percentual do contrato para o procurador e a intermediação. É assim no Palmeiras, no Brasil e no mundo. Como aumentamos os gastos, é normal que aumente a comissão. Não tem nada de excepcional. É um aumento dentro da normalidade. O nível dos salários dos jogadores era um em 2006 e agora é outro. Com tudo isso, o gasto no futebol vai ter um aumento mesmo.

LNET!: Os gastos para contratar Valdivia também são muito discutidos. Como foi essa negociação?
GC: É bom deixar claro e é importante dizer que o (Luiz Gonzaga) Belluzzo (presidente) comandou isso diretamente. Ele mesmo já disse isso. A antiga diretoria de futebol não participou disso.

LNET!: Sua gestão tem sido muito criticada. O que você acha disso?
GC: O futebol é implacável. Ou você ganha ou ganha. Fizemos um trabalho correto. Ganhamos um título paulista, que não valorizam. A outra questão é política. Quem está criticando é o Conselho Gestor. É uma questão política.

LNET!: Você tem algum arrependimento na sua gestão no futebol?
GC: Não me arrependo de nada. Eu e os outros diretores trabalhamos com afinco e conscientemente pelo clube. Reformulamos o departamento. Pegamos o Palmeiras praticamente rebaixado. O time não caiu por pouco. Reconstruímos a equipe e voltamos a disputar títulos. Também fizemos um trabalho exemplar na base. Só fico triste por não ter dado mais títulos importantes.