O empresário Osório Furlan, dono de 36% dos direitos sobre Valdivia, estuda comprar a fatia do jogador que pertence ao Palmeiras. Dinheiro do negócio poderia ajudar o Verdão a reforçar o elenco

LUCAS BETTINE
DIÁRIO SP
Até julho deste ano, poucos palmeirenses sabiam quem era Osório Furlan. O empresário, herdeiro da Sadia - que se juntou com a Perdigão para formar a Brasil Foods -, se tornou conhecido por participar diretamente da contratação de Valdivia, investindo cerca de R$ 5 milhões do próprio bolso para ficar com 36% dos direitos econômicos sobre o jogador.

Ausente do cenário político do clube, Osório pode ser uma boa solução para esse nebuloso período de crise financeira. É que o empresário estuda agora comprar os 54% do chileno pertencentes ao Verdão. A quantia a ser paga- cerca de R$ 7,5 milhões - poderia ajudar na contratação de novos reforços.

"Dependendo de como transcorrer a eleição no clube, posso fazer uma proposta pela fatia do Valdivia que pertence ao Palmeiras. Eu ficaria com 90% e o jogador, com 10%", declarou Osório, antes de traçar um panorama para a eleição presidencial, que deve ocorrer no dia 27 de janeiro: "Se o Palaia e o Paulo Nobre forem adversários, ganha o Pituca (Arnaldo Tirone, da oposição). Se os dois se unirem, a eleição será equilibrada, e a diferença final deve ser de dez votos."  

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Desfilando sua habilidade no treinamento, Valdivia ainda pode render um bom dinheiro ao Palmeiras

No muro/ Osório Furlan é conselheiro do Verdão e, conhecendo de perto os candidatos à presidência - Palaia, Paulo Nobre e Arnaldo Tirone -, decidiu que não apoiará ninguém. Tem, no entanto, simpatia por Nobre. "É uma eleição com muitos interesses políticos. Se fosse um pleito direto, com voto do associado, eu me envolveria mais", comentou o empresário, lembrando que são os conselheiros que votam. 

Tal cenário o desencoraja a concorrer ao cargo de conselheiro vitalício. "Na hora de comer e beber de graça na pizzaria, aparece um monte de gente. Na hora de votar, nem metade dos que falam que vão votar em mim vota. Se não mudar essa mentalidade, não concorro."

Chileno permanece na mira da equipe de Caio Júnior no Qatar
Antes de acertar seu retorno ao Palmeiras por R$ 14 milhões, Valdivia recebeu uma proposta de R$ 18 milhões do Al Gharafa, do Qatar - time comandado por Caio Júnior, técnico do Mago no Verdão em 2007. E, pelo jeito, o chileno ainda não saiu totalmente dos planos da equipe.

"O Valdivia recebeu uma sondagem do Al Gharafa. Esse time já tinha feito proposta na época que o Palmeiras o comprou. Mas o Al Ain (ex-clube do chileno) e o Al Gharafa não têm uma boa relação, e a vontade do Valdivia pesou também. Sem contar que ele me falou que não pensa em voltar para o Oriente Médio de jeito nenhum", tranquilizou Osório Furlan, conselheiro envolvido na contratação do Mago.

Em sua segunda passagem pelo Verdão - a primeira foi entre 2006 e 2008 -, o Mago disputou 19 partidas e anotou dois gols, ambos na vitória por 4 a 1 sobre o Avaí. Seu número de jogos só não foi maior devido aos problemas  que teve na coxa esquerda - primeiro uma fibrose, depois, uma pequena lesão.