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Perto de eleições, acusações esquentam bastidores do Palmeiras


Mustafá faz acusações e bastidores das eleições no Palmeiras esquentam. Foto: Raphael Falavigna/Terra
Mustafá acusa atual editoria de trocar votos por cargos nas eleições
Foto: Raphael Falavigna/Terra


Há pouco menos de 2 meses para as eleições presidenciais no Palmeiras, o clima nos bastidores já está fervendo. Como de costume, a disputa política será acirrada no pleito marcado para a última semana de janeiro de 2011. Por enquanto três candidatos estão na briga.
THIAGO TUFANO
O polêmico Salvador Hugo Palaia, que substituiu o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo enquanto este estava adoentado, lançou sua candidatura. Mas Paulo Nobre, também da situação, é outro que pleiteia o cargo máximo do time do Palestra Itália. O terceiro e último é Arnaldo Tirone, da oposição, que tem o apoio de três ex-presidentes: Carlos Facchina, Mustafá Contursi e Affonso Della Monica. Nobre lidera a chapa Verde Escuro, que conta com apoio de pessoas conhecidas, como Seraphin Del Grande e Osório Furlan Júnior. Nobre tenta ainda convencer Palaia a desistir da disputa e ser um dos vice-presidentes da chapa para que a situação ganhe mais força.
Cada candidato joga com as peças que tem e Arnaldo Tirone tem um forte aliado nos bastidores. O símbolo desse apoio é Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras de 1993 a 2005. Atualmente membro do conselho de fiscalização do clube, o ex-presidente não poupa palavras para criticar a atual diretoria alviverde e faz sérias acusações à liderança do mandatário Belluzzo, entre elas a troca de votos por cargos durante as últimas eleições. Mustafá esclarece também uma série de dúvidas a respeito do processo de construção da Arena Palestra.
Confira a entrevista exclusiva com Mustafá na íntegra:
Terra: Por que você reapareceu no cenário palmeirense? Acha que é o momento de mostrar a força que você tem e teve na política do Palmeiras?
Mustafá Contursi: Eu nunca deixei de participar. Eu tenho uma função de grande responsabilidade que é ser membro do conselho de fiscalização do Palmeiras. Não faltei a nenhuma reunião desde que deixei de ser presidente do Conselho Deliberativo. Tenho participado de todos os momentos políticos do clube porque é nossa obrigação debater. Em duas oportunidades nosso candidato teve uma votação expressiva, mas não foi suficiente para ganhar porque os adversários do nosso candidato fizeram todos os tipos de acordos escuros, conchavos, trocas de cargos por votos, o que prejudica a administração. Eles venceram por uma pequena margem de votos, a administração não funcionou e deu no que deu. O Palmeiras está aí, endividado, perdendo sua representatividade e passado quase a ser um coadjuvante ao invés de um grande clube, mas tem uma grande camisa, uma grande história de quase 100 anos e com muito trabalho centrado, uma camisa com 15 milhões de torcedores que iremos nos recuperar. Se houver responsabilidade na administração o Palmeiras volta a ter a importância que sempre teve. Sou apenas um eleitor dos atuais candidatos. Os três ex-presidentes que ainda militam no clube (Mustafá Contursi, Affonso Della Monica e Carlos Facchina) apóiam o mesmo candidato, para dar uma retaguarda, uma segurança para que ele saia em um arranque para ganhar.
Terra: Você disse que ocorreu troca de cargos por votos. Explique melhor essa situação. 
Mustafá Contursi: É muito simples. Tem um grupo de 10, 12 conselheiros incompetentes que, ou por vaidade ou por qualquer outra razão, desejariam ter um cargo de diretor, de adjunto, algo no departamento de futebol, principalmente no futebol amador. Aí eles negociam, dizendo que tem 10, 12 votos, mas que querem 4 carteirinhas em troca, razão pela qual a diretoria tem mais de 100 conselheiros diretores. É troca mesmo.
Terra: Você voltaria a se candidatar à presidência do Palmeiras? 
Mustafá Contursi: Não. Acho que isso é uma situação superada. Você tem uma sequência de participação, com sucessos e fracassos. Esses são cargos de muita observação e há sempre uma comparação de como era e como vai ser. Mas as coisas mudam rapidamente. Todo retorno não é benéfico. Centenas de palmeirenses podem auxiliar o clube e milhões apoiar nessa recuperação. Cada um dando sua contribuição, independente de ocupar cargo ou não. É igual a um divórcio. Você tem muitos anos de casado e em um momento de desencontro há uma separação. Passa algum tempo e o casal se reconcilia, mas esse retorno nunca mais será igual. Sempre vai ficar uma coisa quebrada no meio e você acaba comparando o casamento anterior ao atual.
Terra: Porque existe essa briga política dentro do Palmeiras, principalmente perto das eleições? 
Mustafá Contursi: Não existe situação definida. Não existe situação. O que existe é uma colcha de retalhos de pessoas que trocaram cargos, posições, apoios, contratos, vantagens, não só da parte financeira, interesses, vaidades. E tudo isso para eleger um presidente com uma pequena margem de votos. Então não há uma filosofia de administração. Há um conflito e é por isso que deu no que deu. Não é história do Palmeiras ter essa conturbação. Vivemos muitos períodos de tranquiilidade, mas só até começarem a acreditar nas mentiras, como a que iam trazer R$ 100 milhões para o clube imediatamente assim que assumissem, com 50 milhões das Casas Bahia e 50 de uma empresa da China. E o que eles trouxeram foram R$ 145 milhões em dívidas além de gastar os 40 que tínhamos deixado em caixa. Existe um ditado italiano que diz "Do dizer ao fazer tem um oceano no meio". Sempre mentiram, nunca cumpriram as promessas que fizeram e só vivem de histerismos, de momentos pontuais e de muita propaganda.
Terra: Como vê o processo de construção da Arena Palestra? 
Mustafá Contursi: Eu lamento que a torcida crie expectativa sobre aquilo que não é mais nosso. A expectativa é de que? Da vaidade de mostrar algo que não é mais seu? Você tinha um Gol 1000 e agora passa a ter um Stilo, com ar condicionado, mas é do vizinho, que vai usar por 10, 20, 30 anos. Ninguém está contestando a obra porque a planificação de modernizar o Palestra veio da gestão do Facchina. Tínhamos iniciado muitas obras que agora estão sendo demolidas para justificar a mudança. Para justificar, tiraram do clube e entregaram para terceiros praticamente de graça. Mudaram o projeto e estão demolindo o que construímos sem indenizar o clube. Eles tinham compromisso de que nenhum departamento fosse desativado. Eles fariam novas instalações nos departamentos, mudariam, para depois intervirem na área assumida. Prometeram que em dezembro de 2008 já estaria um prédio pronto. Não critico a empresa, mas mentirosamente a diretoria fez essa promessa. Eles demoliram o Ginásio 2 há três anos, quando fizeram a assembléia de sócios e prometeram uma série de coisas para que os sócios aprovassem. Demoliram para dizer que as obras tinham começado. São demagogos e mentirosos.
Terra: Mas esses assuntos não foram debatidos entre a diretoria? 
Mustafá Contursi: O que se discute é o interesse do clube. A atual diretoria sempre mentiu de que nós nos retirávamos de votar, mas o que queríamos era debater. Nós queremos dizer sim, mas queremos debater. Segundo uma conta deles, a Arena terá um investimento de R$ 265 milhões. Em 5 anos a WTorre vai receber 366 milhões e o Palmeiras vai receber só R$ 34,3 milhões. É isso que queremos debater. Nada disso foi divulgado. Foi tudo muito mal conduzido e isso foi alertado várias vezes. Teve muita mentira nesse projeto e nessa construção. Foi precipitado e eles ludibriam o torcedor. Eles só foram competentes na publicidade, na assessoria de imprensa e nos formadores de imagem. Nós perdemos tudo o que tínhamos e vamos ter que gastar para restaurar tudo. Eles só vão fazer a Arena. Nós vamos ter que fazer as instalações de todos os departamentos. Isso é um desperdício, é jogar dinheiro fora.
Terra: Você afirmou que o Palmeiras tem uma dívida de R$ 145 milhões. Por que tão alta? E por que os salários estão atrasando? 
Mustafá Contursi: Isso você tem que perguntar para eles. Isso é inédito na história do clube. Nunca houve fatos de atraso e sempre foi sagrado os salários em dia. Até essa grandeza nós perdemos com essas irresponsabilidades na administração. Mas eles têm que explicar como que, tendo 40 milhões disponíveis, passa a ter 145 em dívidas. Isso é má administração. Pagaram mais caro do que deveriam pagar determinadas obras, contratações. A arrecadação do clube aumentou na proporção de todos os clubes e não houve mérito da atual administração. O futebol que se valorizou, aumentando os valores dos contratos, parceiros e etc.
Terra: O que o presidente Belluzzo e sua administração tem de melhor e o que tem de pior? 
Mustafá Contursi: Só tem coisas ruins. Não vejo nada de bom. A grande marca que ele diz é que aumentou as receitas, mas isso ele aumentou em conjunto com os outros clubes. Me manifesto sempre quanto a imagem dele, de uma pessoa articulada, competente, porque sempre o considerei uma fantasia. Tudo aquilo que ele expõe não me convence e a prova está aí. Com fracassos acumulados.
Terra: Quem foi o melhor presidente da história do Palmeiras? 
Mustafá Contursi: Foram vários ótimos presidentes. O grande presidente foi o Delfino Facchina, um modernizador do clube. Ele reorganizou o clube em uma situação complicada. O Carlos Facchina, que me antecedeu também. Ele pegou o clube em uma situação difícil e estabilizou o Palmeiras, o que facilitou minha gestão. Se aconteceu alguma coisa boa em minha gestão, porque não posso analisar e nem devo, tudo começou com ele.
Terra: Quais são as qualidades do Arnaldo Tirone? E os defeitos? 
Mustafá Contursi: Ele é uma pessoa ponderada, de sucesso em suas atividades. Tem raízes profundas no clube. É uma pessoa muito organizada. Ele não é nada isoladamente, mas todos que o acompanham, como Frizzo, todo um conjunto, pode valorizar a gestão. Um dos defeitos é que ele se atrasa muito nos compromissos. Ele não é de tomar decisões imediatas, é o estilo dele.
Terra: Você acha que o torcedor que pediu sua saída hoje pede seu retorno? 
Mustafá Contursi: O torcedor também foi trabalhado, levado a alguns exageros. O torcedor são 15 milhões de palmeirenses e parte das torcidas, que são conduzidas por opiniões exageradas, por momentos de interesse, é que fazem movimento. São coisas diferentes. Há um movimento terrorista, organizado por uma minoria. O verdadeiro palmeirense compara e percebe. Os terroristas não se interessam e querem atingir o objetivo. É uma minoria insignificante. Mas um pequeno grupo faz uma grande agitação. Nunca me senti ameaçado, nunca tive segurança, nunca tive motorista, mesmo nos momentos de crise nunca mudei meu comportamento.
Terra: Do que o Palmeiras precisa para voltar a ganhar títulos de importância? 
Mustafá Contursi: Precisa de tranqüilidade, valorizar o que tem em casa. Não estou falando das equipes de base, que é outra mentira, outro fracasso. Todos os bons jogadores servem outros clubes, como Elias, Ilsinho, Bruno César, Leandrinho. Incrivelmente os bons atletas não estão no clube. Não pode mandar 10 jogadores embora e trazer uma nova equipe. A equipe precisa de formação. É preciso também cumprir suas obrigações, cortar na gordura, na carne, no sangue, todas as despesas supérfluas, como contratos de assessoria, um grande número de funcionários que se trombam de tanta gente que tem, os gastos absurdos antes e depois das demolições.
Terra

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Destaque

Marcos
Nome completoMarcos Roberto Silveira Reis
Clube atualPalmeiras
PosiçãoGoleiro
Data de nascimento04/08/1973
NacionalidadeBrasileira
Local de nascimentoOriente (SP)
Altura1,93m
Peso90kg
EstréiaPalmeiras 4 x 0 Botafogo-RJ

Destaque

Marcos Assunção
Nome completoMarcos dos Santos Assunção
Clube atualPalmeiras
PosiçãoVolante
Data de nascimento25/07/1976
NacionalidadeBrasileira
Local de nascimentoCaieras (SP)
Altura1,78m
Peso78kg
EstréiaRio Branco 1 x 3 Corinthians, em 1996

Destaque

Valdivia
Nome completoJorge Luis Valdivia Toro
Clube atualPalmeiras
PosiçãoMeia
Data de nascimento19/10/1983
NacionalidadeChilena e venezuelana
Local de nascimentoMaracaibo (VEN)
Altura1,73m
Peso71kg

Destaque

Kléber
Nome completoKléber Giacomance de Souza Freitas
Clube atualPalmeiras
PosiçãoAtacante
Data de nascimento12/08/1983
NacionalidadeBrasileira
Local de nascimentoOsasco (SP)
Altura1,73m
Peso70kg
EstréiaEm 2003, pelo São Paulo